O dia 05 de setembro de 2002
Neste dia, a população de Pirenópolis ficou consternada como se houvesse falecido um ente querido, uma mãe, uma irmã, a mais velha de todas.
Por volta das 2h00 da madrugada, alguns jovens insones avistaram fumaça na capela a direita da igreja. Suspeitando que era fogo, correram ao pároco e este não achando a chave levou-os a arrombarem a porta com machado. Ao entrarem, toda a nave estava enfumaçada e começaram imediatamente a tirar as imagens dos altares. Em pouco tempo, a fumaça era tanta que quase não mais conseguiam entrar. Os bombeiros chegaram e logo acionaram o caminhão pipa de Anápolis.
O fogo começou pela sacristia, invadiu a capela pela porta próximo ao altar-mor, consumiu o retábulo-mor e alcançou o forro e o telhado da capela. Neste dia o vento soprava forte, vindo da direção leste, e seco. As 4h00, quando o caminhão pipa chegou, o fogo já havia espalhado por todo o telhado e feito este cair, pouco puderam fazer. Segundo os bombeiros, não se podia lançar água diretamente no fogo e nas paredes por causa do perigo de choque térmico, o que faria desabar as paredes. Então, o trabalho era proteger as casas da vizinhança, que ficaram sob perigo de incêndio tamanho era o calor, que fez uma palmeirinha num quintal incendiou-se com o calor, e observar as labaredas consumindo a velha igreja. Suas chamas subiam pelas torres como numa grande fornalha, perecendo um vulcão cuspindo fogo. Há quem diga que viu os sinos da torre pingando. Tanto que após o incêndio, uma borra de metal derretido foi encontrado na base da torre.
Ao amanhecer, tudo estava consumado. A igreja fumegou por toda uma semana. Ainda hoje, muitos perguntam: Como foi que pegou fogo? Ninguém sabe dizer ao certo, nem a perícia técnica chegou a alguma conclusão. Sabe-se que no local onde provavelmente o fogo começou, o IPHAN havia denunciado algumas irregularidades, como: ligações elétricas clandestinas (gambiarras) com ferro de passar roupa, espiriteira elétrica e aparelhagem de som; bujão de gás com maçarico; ligação de água e esgoto não autorizadas. Na noite do incêndio, aconteceu nesta recinto uma vigília até a meia-noite, que poderiam ter largado velas nos altares. Até criminoso, apos um suposto furto, sustentam alguns. Mas não se sabe.
O fato é que um patrimônio de valor como era o da Matriz, inestimável, não poderia ser largado a sorte, sem cuidados e vigilância, mas... aconteceu, lastimável.
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