Pirenópolis está geograficamente totalmente inserida no bioma Cerrado. Por ser região de transição entre a depressão do Tocantins e os altiplanos do Planalto Central, onde se localiza Brasília, as altitudes variam da ordem de 600 a 1300 metros, dando à região uma variação fisionômica muito alta. É possível encontrar desde matas, densas e úmidas a campos altos e limpos.
Definição
O que é o Cerrado - O Cerrado é um bioma típico do continente sul americano. A principal caracteristica deste bioma se refere às estações climáticas, divididas em duas estações muito bem diferenciadas: a estação da seca e a estação das chuvas. Esta característica, que ocorre à milhões de anos, consolidou as formas de vida e a geologia do local. Há a predominância de latossolos ácidos e bem lixiviados. Reconhecida como uma espécie de savana, possui fauna e flora com características bem peculiares. Há um mosaico de tipos de solos que determinou um igual mosaico de tipos de vegetação, são as fitofisionomias, onde encontramos: campos, cerrados, matas e veredas num mesmo campo de visão.
Tropical sub-úmido com duas estações bem definidas: a estação das chuvas, que vai de outubro a março, e a da seca, que vai de abril a setembro. O município, por ser parte montanhoso, mantém algumas variações climáticas devido às altitudes. Com uma serra ladeando o lado leste do município em sentido sul-norte, bloquea em parte as correntes úmidas do sudeste de forte influência marítica. Recebe, por esta conformação de relevo, principalmente nas épocas das chuvas, umidade vinda do norte-noroeste, de origem amazônica. Os ventos predominantes são sudestes, que chegam por sobre a serra. Podendo ocorrer lufadas de vento de norte nos períodos das chuvas. Os períodos mais críticos são setembro/outubro quando a seca é forte e o sol começa a esquentar, e entre fevereiro e março, quando a umidade está muito alta e começa a esfriar.
Aspectos físicos
Abrangência - 22% do território brasileiro é ocupado por esse bioma, que abrange todo o Centro Oeste, invadindo parte do Sudeste, parte do Norte e parte do Nordeste brasileiro. Há uma mancha de cerrado nas Guianas. Apenas 2% deste bioma é composto de cerrado rupestre (sobre rochas). A transição entre o cerrado e a mata amazônica não é abrupta, fundem-se em manchas e no chamado mato grosso (matas semicaducifólias) até total transição por longo trecho ao norte. Ao sul o Planalto Central aparenta distinto limite, apesar de haver cerrado no norte de Minas e São Paulo.
Relevo - Pirenópolis se localiza bem no centro, ocupando partes altas do Planalto Central e partes baixa do Mato Grosso Goiano. Circundado do nordeste ao sul por serras, que são os contrafortes do Planalto, possui um relevo acidentado, que varia de cerca de 650 a 1400 metros de altitude. Portanto, temos: áreas altas com campos de altitude, inundáveis e semi-inundáveis e veredas (várzeas), de topografia suave; Paredões, escarpas e picos rochosos, com cerrados rupestres (sobre rochas); Vales abruptos com matas úmidas rodeadas de cerrado e campos; e planicies com cerradão e matas (úmidas e secas).
Hidrografia - Por causa deste relevo acima descrito, a região é rica em nascentes. As serras, que cortam o município, são divisores de duas das maiores bacias hidrográficas brasileiras, a Platina, ao leste e sul, e a Tocantinense, ao oeste e norte. Portanto poucos são os rios caudalosos, principalmente próximo à cidade, que fica próxima a serra. Mais ao norte e noroeste do município temos rios mais volumosos, como o Rios das Almas, o Rio do Peixe e o Maranhão.
Fitofisionomias
As fitofisionomias, que são os tipos de vegetação, é uma das características mais marcantes do Cerrado. As principais são:
Matas úmidas - São matas que acompanham os córregos e rios. Conhecidas também como matas de galeria ou mata ciliar, mantém sua folhagem sempre verde durante todo o ano. As principais espécies de mata úmida são normalmente árvores frondosas de tronco liso e folhas pequenas. como: tamboril, jatobá-da-mata, canela-de-grota, jequitibá, palmito-jussara etc.
Matas secas - São matas que ficam mais afastadas dos cursos d'água. Conhecidade como matas de interflúvio e florestas semi-decídua. Tem este nome, devido a partes de suas espécies perderam folhas durante o período de seca. As principais espécies são árvores frondosas: aroeira, ipê, pindaíba, pau-d'óleo, umburuçu etc.
Cerradão - Vegetação de transição entre a mata-seca e o cerrado, podendo ser confundido com ambos. Possui árvores frondosas de matas com espécies tortuosas de cerrado. Vegetação de porte sub-arbóreo e de densidade média-alta.
Cerrado - Conhecido também como campo cerrado e cerrado sentido estrito. É aquele que mais representa este bioma. Espécies vegetais arbustivas, bastante tortuosas, raízes profundas, cascas grossas, folhas largas são suas principais características. Possui densidade média e uma peguena, mas significante, população de gramíneas e erbáceas. ex: pau-terra, pau-santo, pequizeiro, carvoeiro, barbatimão etc.
Campo sujo - Ou cerrado ralo. Onde a densidade de gramíneas e plantas erbáceas é maior que as arbustivas. Além das gramíneas, as mesmas espécies do cerrado podem habitar os campos sujos. Há animais típicos de campos, como as emas, seriemas, lobo-guarás etc.
Campo limpo - Onde praticamente não há arbustos. As espécies que predominam são gramínias e ervas rasteiras. Normalmente são solos rasos, arenosos, e bastante pobres. Nesta classificação encontramos os campos inundáveis: que, por possuir solo raso e argilas higromórficas armazenam água durante o período das águas e as retem durante um bom período de seca; e os campos de muruduns: campos com pequenas ilhas de vegetação arbustivas que são formadas pela atividade de cupinzeiros.
Veredas - Também conhecidas com várzea ou várgem. São pequenos cursos e nascentes d'águas, que circundados por campos ou cerrados ralos, possuem uma vegetação hidrida em torno destes córregos, marcada pela presença de palmeiras, como buritis, e espécies de mata e de campo.
Cerrado rupestre - São cerrados nascidos sobre rochas, podendo ser ralo ou denso. São espécies típicas: flor do pau, árvore do papel, cajú, clusia, guatambu, bromélias, orquídes, líquens, musgos etc.
Geomorfologia
Origem - A formação geológica da região e de quase todo o interior do Brasil e do bioma cerrado é datada do período pré-cambriano, há cerca de 1,1 a 1,5 bilhões de anos. De formação sedimentar, estas rochas metamórficas são, aqui em Pirenópolis, na sua maioria quartzíticas e consideradas como uma das rochas mais antigas do planeta. A teoria é que neste período provenientes da erosão de um antigo continente, sedimentos foram se consolidando no fundo de um mar, dando origem ao um supercontinente que é conhecido como Pangea. por volta de 1 bilhão de anos atrás. Desde este período, esta sólida estrutura cristalina, foi sendo cercada de mar e atingida por grandes intempéries. A parte central, que é o local de nosso estudo, é distante do mar e passou por períodos distintos de secas e chuvas, que cavaram os vãos dos grande rios continentais como o São Francisco; o Rio Grande; o Tocantins e Araguaia; o Pantanal, Paraguai e Paraná; o Amazonas e todos os seus afluentes, moldando rochas, formando solos e propiciando a formação de vida em nosso continente.
Geologia - A rocha predominante em nossa região é o quartzito micáceo, uma rocha sedimentar de metamorfização branda com alto teor de sílica, alumínio e ferro. Esta rocha é comercializada para a construção civil, que a utiliza para pisos e revestimentos, sendo uma das principais fonte de renda de Pirenópolis. Existe ocorrências de arenitos e filitos. Houve um garimpo de esmeralda num xisto grafitoso encontrado a poucos quilômetros da cidade, onde encontramos e presença de outros tipos de berilos, piritas, rutilo etc. A presença de cristais de quartzo é abundante, mas não de forma valiosa para o comércio, como cristal hialino. O ouro já há muito retirado de nossos aluviões, ainda é encontrado em alguns poucos garimpos clandestinos. No mais, é quartzito, quartzito e mais quartzitos, rochas de alta dureza.
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