Um artista naif
Sérgio Pompêo (Sérgio Pompêo de Pina Júnior) nasceu em 17 de janeiro de 1980, em Goiânia-Goiás. Aos 05 anos de idade, mudou-se para Pirenópolis-Goiás. Desde pequeno interessou-se por desenho e aos 18 anos teve seu primeiro contato com tinta, pintando peças artesanais em cerâmica e as vendendo em uma loja local. Em 1999, abriu seu próprio negócio, com poucas peças em cerâmica e madeira de diversos tamanhos, pintadas com tinta PVA. Com pouco conhecimento em arte e sem técnica alguma, teve um de seus trabalhos vendidos a um colecionador de arte Naif, o qual lhe explicou tal estilo.
Nesse mesmo ano, retornou-se a Goiânia para cursar Letras na UCG. Em 2004 participou de uma mostra de arte e artesanato em Pirenópolis, promovida pela prefeitura local.
Em 2007 ingressou-se no curso de Artes Visuais da UFG. Mesmo com todas as influências da Arte Contemporânea, não teve seus trabalhos nem seu estilo afetados.
Em 2008 participou de sua primeira exposição coletiva, cujo título foi "As Artes do Divino", que ocorreu no período de 03 de abril a 04 de maio, no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Museu Edison Carneiro, Rio de Janeiro; e no período de 09 de maio a 08 de junho, na Casa de Câmara e Cadeia de Pirenópolis, atual Museu do Divino.
Em 2009 voltou a morar em Pirenópolis, trancando o curso de Artes Visuais e dedicando-se exclusivamente à arte.
Em 2010 foi selecionado para a Bienal Naifs do Brasil 2010, 10° Edição, SESC Piracicaba-São Paulo.Desenvolve um trabalho minuncioso, com pequenas formas, ricas em detalhes e com um colorido chocante, o qual exige tempo e disposição, diversificando técnicas e suportes, ora acrílica ou óleo sobre tela, ora PVA sobre objetos em madeira e cerâmica.As temáticas mais recorrentes de sua produção estão ligadas ao folclore e às festas regionais, os quais fazem parte da memória e vivência do artista. O trabalho é construído a partir de sua interpretação acerca das questões de fé, tradição e costume, que perpassam a visualidade e a estética dos festejos populares pirenopolinos.
Os Temas
Sempre gostei de desenhar e colorir os trabalhos escolares e meus pais nunca deixaram faltar papel e lápis de cor em casa. Na minha família há vários artistas, tanto nas plásticas quanto na música. Dizem que é hereditário este gosto por arte.
Dedico-me integralmente à arte. Não faço outra coisa a não ser pintar e faço com muito prazer e seriedade.
Trabalho com diversos temas, mas os que mais me emotiva e os que mais agradam ao público são os folclores e as festas pirenopolinas.
A Festa do Divino Espírito Santo é comemorada em todo o Brasil, mas a de Pirenópolis nos chama a atenção pela diversidade folclórica e pela tradição.Incluem nestes festejos o Imperador do Divino, escolhido em sorteio realizado na Igreja, é o responsável por todos os preparativos da festa, as Cavalhadas, um espetáculo com duração de três dias, sendo que o primeiro dia ocorre no domingo de Pentencostes. Mescla o azul dos Cristãos e o vermelho dos Mouros com as outras cores dos mascarados, estes se enfeitam de boi, onça, gente, capeta, macaco e até catulé. Tem as Pastorinhas, auto natalino, todo cantado e bailado, com 24 lindas moças que se dividem nos cordões Vermelho e Azul e outras tantas figuras como: Fé, Esperança e Caridade, Religião, Cigana, Anjo, Lusbel, Benjamim, Diana e o Simão Velho. É apresentada no Teatro.
Incluem também o Reinado de Nossa Senhora do Rosário, o Juizado de São Benedito, Contra-Dança, Congada, Congo e Banda de Couro.
Esta festa é muito emocionante, pois seus preparativos iniciam-se na Semana Santa e encerram em Corpus Christi.
Participar dos festejos do Divino, seja como um de seus personagens ou como um simples espectador é muito gratificante, o espírito agradece. Tento sempre expor em meus trabalhos um pouco do que acontece nas festas. Coloco-me ora como espectador, ora como personagem e construo um mundo com minha vivência e memória.
Para conhecer melhor seus trabalhos, visite http://sergiopompeoartenaif.blogspot.com