O Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário, também conhecido como Coral Nossa Senhora do Rosário, é um grupo musical significativo para a história de Goiás, originado em Pirenópolis no ano de 1893 com a criação da Banda Phoenix. Este conjunto, em parceria com a Banda Phoenix, desempenha um papel crucial na preservação do arquivo musical sacro mais antigo e importante de Goiás, contendo partituras de compositores locais e de outras regiões, obras que remetem-se ao início do século XIX e que ainda são executadas, promovendo assim o desenvolvimento da cultura musical local e tornando-se verdadeiros guardiões da identidade cultural de Pirenópolis. Mesmo durante a pandemia de COVID19, o grupo se adaptou, adotando medidas de segurança e participando das transmissões dos eventos tradicionais de forma online, garantindo a continuidade das tradições mesmo durante tempos difíceis.
Os membros do coro e orquestra são voluntários e músicos amadores, participando de festas religiosas e sendo essenciais para o reconhecimento da Festa do Divino como Patrimônio Cultural Imaterial Nacional. Eles se reúnem para seus ensaios no antigo prédio do Mercado Municipal, agora Casarão da Banda Phoenix, um importante patrimônio histórico e material de Pirenópolis. Esse edifício destaca-se pela arquitetura com características coloniais com uso de materiais locais, como adobe, pedra e madeiras do cerrado – aroeira, angico, usuais na época, tornando-o um importante patrimônio histórico e cultural, tombado pelo IPHAN em 1990 juntamente com o conjunto do Centro Histórico.
Ao traçar a história musical de Pirenópolis, remontamos à ocupação dos bandeirantes no século XVIII, marcada pela tradição musical trazida pelos colonizadores. A influência das irmandades e confrarias especialmente a Irmandade do Santíssimo, foi fundamental na promoção das atividades artísticas e culturais.
A formação do campo musical de Pirenópolis destaca figuras como o Pe. José Joaquim Pereira da Veiga, que em 1801 estava à frente da primeira orquestra da Matriz do Rosário – que se tem registro, além de músicos como Antônio da Costa Nascimento, que em 1864 fundou outra orquestra na mesma igreja, além da Banda Euterpe. Joaquim Propício de Pina, o fundador da Banda Phoenix e do Coro e Orquestra do Rosário, também contribuiu significativamente. As disputas entre bandas, coros e orquestras durante o século XIX e início do século XX elevaram significativamente o nível musical da cidade.
Após a morte de Joaquim Propício de Pina em 1943, Luiz de Aquino Alves, Sebastião Pompeo de Pina, José Joaquim do Nascimento, Mamede Silvério de Melo e Alexandre Luiz Pompeo de Pina, sucessivamente nessa ordem, assumiram papéis fundamentais na continuidade das tradições musicais. A Banda Phoenix e o Coro e Orquestra enfrentaram desafios e transformações, mantendo-se como pilares culturais de Pirenópolis.
Sob a liderança do maestro Aurélio Afonso da Silva desde 2010, o Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário e a Banda Phoenix têm se destacado na promoção da música local, priorizando a formação de novos músicos e retomando tradições e costumes abandonados ao longo dos séculos.
Ao longo dos anos, o Coro e Orquestra Nossa Senhora do Rosário dedicou-se à difusão da música, democratizando o acesso à arte e fortalecendo os laços culturais na comunidade. A prática transparente e acessível, evidenciada nas apresentações tradicionais, destaca o compromisso do grupo com a comunidade e a permanência enraizada na vida cotidiana dos cidadãos, enriquecendo a vida cultural da comunidade e inspirando outras instituições similares.
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Texto e fotografia gentilmente cedido por Marcos Ribeiro