Uma outra colônia
Sua riqueza era tanta que a esposa do Frota costumava dizer que "era mais fácil o Rio das Almas subir de volta à Serra, do que o ouro do Frota acabar". Construiu um amplo castelo de dois pavimentos com uma torre lateral circundada por longa escadaria. Edificou igreja própria, a Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmo, para missas particulares. Aos domingos mandava estirar tapetes de seu castelo até a igreja para que suas filhas pudessem pisar. As duas filhas que Frota teve esbanjavam arrogância e vestiam-se vistosamente, empoando com ouro em pó seus cabelos em ocasiões de festas e para as missas domingueiras.
Extremamente influente junto a "El Rey", certa vez mandou forjar um cacho de bananas inteiro em ouro e mandou de presente à Rainha. Conseguiu com este agrado que suas posses se desmembrassem da Capitania e fossem tidas como império próprio, subserviente apenas à coroa portuguesa.
O ouro que extraía era tanto que se viu obrigado a escondê-lo em garrafas pelos morros de sua propriedades. De extrema avareza e com medo de traições, levava nesta jornada velhos escravos para cavar e carregar o ouro. Para que estes não contassem onde foi enterrado seu tesouro, furava-lhes os olhos e cortava-lhes as línguas, quando não os sacrificavas.
Não muito tempo durou sua glória, cedo morreu sendo logo seguido no fatídico destino pela mulher e pelo sogro. Sua filhas órfãs foram saqueadas pelos juízes e coronéis da época e já no começo do século XIX eram elas vista pelas ruas de Meia Ponte a mendigar e revirar lixos como indigentes. O castelo foi desmontado para a construção da casa de 365 janelas e o império se desfez.
À pouco tempo ainda podiam ser constatar as ruínas do castelo que foram soterradas por uma luxuosa pousada. Sobrou seu nome, perpetuado no morro da antena, o Morro do Frota.