Marechal, General, Barão, Conde e pirenopolino
Joaquim Xavier Curado nasceu em Meia Ponte (Pirenópolis), na Província de Goiás, em 2 de dezembro de 1746, vivendo toda sua infância naquela localidade. Porém logo que ficou órfão de pai, partiu ainda adolescente para o Rio de Janeiro e assentou praça no Exército como soldado nobre. Em 1774, depois de receber a patente de alferes, marchou com o Exército expedicionário para o Rio Grande de Sul com a finalidade de expulsar os espanhóis que ocupavam parte do nosso território.
Terminada a campanha do sul, foi designado para defender os habitantes entre as capitanias de São Paulo e Minas Gerais, que sofriam com uma horda de selvagens a saquear fazendas, e conseguiu restabelecer a paz na região.
Pelos bons serviços prestados, o vice-rei o louvou e agradeceu, em relatório de 20 de agosto de 1789, graduando-o no posto de tenente-coronel de infantaria, para depois o designar em uma missão especial junto à corte de Lisboa, porém seu navio foi aprisionado em alto-mar por corsários franceses e Xavier Curado obrigado a decorar e destruir os documentos que carregava.
Preso numa masmorra na região de Biscaia, na França, conseguiu fugir e chegar meses depois a Lisboa, onde cumpriu finalmente sua missão. De volta ao Brasil, foi promovido ao posto de coronel e nomeado governador de Santa Catarina em 8 de dezembro de 1800, entregando o cargo em 5 de julho de 1805.
Ainda em 1805, Xavier Curado retornou ao Rio de Janeiro e solicitou sua reforma do Exército, que lhe foi negada pelo vice-rei Marcos de Noronha, Conde dos Arcos, que o promoveu a brigadeiro.
Em 13 de maio de 1808 foi graduado no posto de marechal-de-campo e dois anos depois partiu para o Rio Grande do Sul, à disposição do general Diogo de Sousa, Conde do Rio Pardo, governador local, que recebera a ordem de invadir o Uruguai. Formaram-se então duas colunas invasoras, uma comandada pelo general Marques de Sousa e a outro por Xavier Curado, que saíram vitoriosas e renderam sua promoção ao posto de tenente-general, em 13 de maio de 1813.
Entre os anos de 1815 a 1820 participou da campanha militar contra José Gervasio Artigas, militar uruguaio que entrou em guerra contra o exército luso-brasileiro que invadira a Banda Oriental. Na batalha de Catalán, em 1817, Xavier Curado foi agraciado com a Comenda da Torre e Espada, pelos atos de bravura no posto de 2º comandante do Exército.
Como o Marquês de Alegrete, comandante supremos do Exército no sul, afastara-se da luta, assumiu Xavier Curado o comando e estabeleceu seu quartel nas imediações do Passo-do-Lageado, onde lhe chegou às mãos o diploma de Comendador da Torre e Espada, Lealdade e Mérito, conferido por D. João VI.
Retornando ao Rio de Janeiro, conseguiu organizar uma tropa de seis mil soldados e assim expulsar o general Avilez Zuzarte, comandante das tropas portuguesas, dando sustentação ao Dia do Fico, sendo por isso agraciado, das mãos de D. Pedro II, com os títulos de Barão e Conde de São João-das-Duas-Barras.
Faleceu no Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1830.
Em 2006 o deputado Leandro Vilela apresentou Projeto de Lei nº 6.917, para inscrever o nome do general Xavier Curado no Livro dos Heróis da Pátria.
Veja também: Dom Joaquim Xavier Curado e a política bragantina para as províncias platinas (1800-1808) - Um estudo de Francisca Nogueira de Azevedo sobre o conflito nas provícias do sul onde a pessoa de Xavier Curado foi essencial para o desfecho do caso.
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Biografia gentilmente enviada por Adriano Cézar Curado