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Lupa

Luiz Gonzaga de Camargo Fleury

Genearca da Família Jaime e redator do Matutina Meyapontense, Luiz Gonzaga foi padre, juiz, redator, político, deputado e presidente de província no século XIX em Pirenópolis, antiga Meia Ponte.

Intelectual, padre, redator, juiz, deputado e presidente, predicados do genearca da grande família Jaime

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Luiz Gonzaga de Camargo Fleury (Pirenópolis, 21.6.1793 – 29.12.1846) foi um padre, Comendador do Império do Brasil, Membro da Junta Governativa de Goiás, Presidente da província de Goiás, Deputado Provincial, Deputado Geral e redator do jornal A Matutina Meiapontense.

Estudou com o professor e poeta Bartolomeu Antônio Cordovil, onde aprendeu o latim e o francês, estudos mais tarde completados com o professor José Joaquim Pereira da Veiga. Devido à vocação para a vida sacerdotal, mudou-se para São Paulo, onde cursou filosofia e teologia, e recebeu as ordens de presbítero do hábito de São Pedro em 25.7.1817. Retornou à sua terra depois da ordenação e, com a cabeça repleta dos ideais liberais que varriam a Europa, ingressou na política local. É bom lembrar que ele sempre foi ligado à vida política, motivo pelo qual sua vida religiosa ficou em segundo plano e ele manteve o cargo de pároco-coadjutor de Meia Ponte, hoje Pirenópolis.

Na primeira metade do século XIX, a província de Goiás se encontrava abalada por revoltas internas, motivo pelo qual a corte de Portugal determinou que ali se criasse uma Junta Governativa, um governo provisório, da qual o padre Gonzaga tomou posse em 8.1.1822.

Com a independência do Brasil, aumentaram-se as revoltas nas regiões mais afastadas de Goiás, devido ao abandono a que fora relegada. O norte da província se tornou, àquela época, um lugar de muita discórdia e desordem, chegando-se, inclusive, a determinar a separação de Goiás e a elevar o arraial de Natividade à categoria de vila-capital da província de Tocantins.

O imperador do Brasil tencionava enviar soldados para esmagar aquele conflito, que desafiava os primeiros tempos do seu governo. Porém a junta provisória de Goiás criou um pequeno exército para escoltar o padre Gonzaga até a região do conflito e assim procurar dissolver as revoltas sem derramamento de sangue. Chegou a Cavalcante em 20.1.1823, onde prendeu o coronel local e o enviou à capital Vila Boa, hoje Cidade de Goiás. Dali prosseguiu para Natividade, a capital dos revoltosos, onde adentrou com as bênçãos do povo humilde da região e, pregando o Evangelho, narrando a realidade nacional, contando da inviabilidade do projeto de emancipação do norte, conseguiu convencer os insurretos a abandonar seus propósitos.

Ao voltar para Meia Ponte, foi exaltado pelo êxito de sua missão, sem derramar uma gora de sangue ou perder qualquer vida. Mas em agosto de 1823 novos conflitos na fronteira com o Maranhão requereram sua presença, e ele novamente conseguiu impor a paz através da calma e persuasão, o que lhe garantiu uma entrada triunfal em Vila Boa, na data de 28.5.1824. Quatro meses depois foi dissolvido o governo provisório e Caetano Lopes Gama assumiu a administração da província, elegendo o padre Gonzaga para membro do Conselho Administrativo Provincial.

Em 1830 foi fundado pelo comendador Joaquim Alves de Oliveira o jornal A Matutina Meiapontense e o padre Gonzaga, seu grande amigo, assumiu sua redação, tendo ali trabalhado até 1834. Esse foi o primeiro jornal do Centro Oeste e que deu a Pirenópolis o título de Capital da Imprensa Goiana.

A proclamação da Independência do Brasil não pôs fim às rivalidades entre brasileiros e portugueses, pois muitos lusitanos continuaram a morar na ex-colônia, o que culminou na célebre Noite das Garrafadas (13.31831), depois na queda de D. Pedro I, e por fim se espalhou por todo o país em sangrentos conflitos. A insegurança social era tamanha que diversos comerciantes portugueses abandonaram o Rio de Janeiro, o que começou a causar uma crise econômica. O jovem país corria perigo. Para acabar com esse preconceito entre povos irmãos, o Partido Moderado e o Partido Conservador se uniram para selar a paz em 28.4.1831, através da fundação da Sociedade Defensora da Liberdade e Independência Nacional. Em Goiás, o padre Gonzaga e seu amigo, o comendador Joaquim Alves de Oliveira, fundaram em Meia Ponte, em 9.1.1832, essa mesma sociedade, o que contribuiu para acalmar os ânimos que também se exaltavam na província.

Na composição da primeira Câmara Municipal de Meia Ponte, padre Gonzaga foi eleito vereador na data de 18.11.1832 e tornou-se seu secretário. Em 17.1.1834, tomou posse no cargo de Juiz Municipal. Entre as datas de 20.3.1837 e 4.9.1839, foi nomeado pelo padre Diogo Antônio Feijó, seu grande amigo, para o cargo de Presidente da Província de Goiás. Nesse mesmo ano, após entregar o Executivo Estadual, assumiu o cargo de Deputado na Assembléia Geral.

Luiz Gonzaga de Camargo Fleury deixou numerosa descendência. Com a sobrinha-neta do Padre Feijó, Maria Palhares Fernandes, teve Maria Teolinda Fleury, que assistiu à coroação de D. Pedro II (18.7.1841) na companhia do pai. Com Luíza Leandra Leal teve Luíza Catarina Leal, que nasceu na Cidade de Goiás em 25.11.1833 e ali faleceu em 7.5.1925. Com sua conterrânea Genoveva Maria da Soledade (Inhá Genu), nascida em Pirenópolis em 27.11.1807 e falecida no mesmo local em 15.1.1882, teve: Rosa Epifânia Gonzaga de Sá; João Gonzaga Jaime de Sá; Luiz Gonzaga Confúcio de Sá; Antônio Gonzaga; Sêneca de Sá Fleury; José Gonzaga Sócrates de Sá; Francisco Gonzaga Cícero de Sá; Rosa Maria de Lima.

Biografia de autoria de Adriano César Curado em http://cidadedepirenopolis.blogspot.com/2011/01/padre-gonzaga-freury.html

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