06 de junho de 2005
A VEZ É DA PEDRA
Foi realizada hoje no Teatro de Pirenópolis uma reunião para a assinatura do Termo de Cooperação Técnica para a Implantação da Usina de Rejeitos das Pedreiras de Pirenópolis e a assinatura do Decreto de Criação da Unidade de Conservação Monumento Natural Municipal Cidade de Pedra. Estiveram presentes autoridades municipais e estaduais.
O rejeito da pedreira é um transtorno para o meio ambiente como para os próprios mineradores. Para o meio ambiente o maior problema é a geração de areia e o consequente assoreamento do Rio das Almas com alterações físico-químicas e biológicas da água e o depósito deste rejeito pelos mineradores em áreas impróprias, como beira de rio, nascentes, beira de estradas, nas áreas de proteção permanentes e, por último, o menor deles, apesar de ter sido o único levantado pelas "autoridades" presentes, o da poluição visual . Para os mineradores, o problema se deve ao fato de o rejeito ocupar uma grande área, impossibilitando o acesso a rochas de boa qualidade.
Foi apresentado o projeto da usina feito pela Secretaria Estadual da Indústria e Comércio - Superintedência da Geologia e Mineração, onde foi quantificado cerca de 750.000 m2 de rejeitos. O projeto visava o aproveitamento do rejeito para a produção de areia, brita e "petit pavê', uma espécie de lajotinha para confecção de pisos em mosaico. Pelo projeto a produção da brita se tornou tecnicamente inviável. Para a areia, com um investimento na ordem de R$500.000,00, consegue-se uma receita na ordem de R$1.400.000,00 ao ano para uma produção de 90.000 a 150.000 m3 de areia de granulometria média a grossa. Um dos maiores problemas desta areia é um inconveniente teor de mica. Para o "petit pavê", o investimento de da ordem de R$50.000,00 e o retorno é na ordem de R$300,00 a tonelada com a produção de 6.000 m2 ao ano.
Para poder ser realizado este projeto o dinheiro vai sair dos cofres públicos, 60% será provenientes de um fundo gerado pela TFAGO - Taxa de Fiscalização Ambiental através de convênio com a Agência Ambiental e 40% do Fundo da Desenvolvimento da Mineração através de convênio com a Secretaria Estadual de Indústria e Comércio. Resta saber para quem irá os dividendos deste investimento, uma vez que o dinheiro é públlico.
Sobre a Cidade de Pedra, foi assinado o decreto que cria a unidade de conservação monumento natural, numa área de 1379ha, com objetivos voltados a proteção do cerrado, da formação geológica e da atividade turística. Bom para Pirenópolis, que com esta já conta com 8 unidades de conservação, o município goiana de maior quantidade de UCs.
Concluindo: Vitória para o meio ambiente. Precisou a ação enérgica do IBAMA no fechamento das pedreiras para que os políticos estaduais tirassem a "b...." da cadeira e finalizassem o projeto de aproveitamento do lixo da pedreira. Fizeram não só pensando no meio ambiente, é óbvio, tal projeto é imposição de normas européias para exportação do "petit pavê" além de gerar receitas com a venda de areia. Dá com uma para tirar com a outra. Quanto a UC Cidade de Pedra, parabéns, essa foi do meio ambiente, o lugar é belíssimo e merece ser conservado.
Matéria publicada em 06/06/2005 às 18:51:26.