28 de outubro de 2004
A PONTE QUE NÃO CAIU
As obras da Estrada dos Pireneus, se depender dos projetistas, vão por água abaixo. Iniciaram a construção da ponte sobre o rio das Almas justo agora no início das chuvas. Imagina, até eu, que sou leigo no assunto, estranhei. Desmancharam a ponte velha, de paus, ou melhor, acabaram de desmanchar, pois já estava um tanto desmanchada, para construir uma moderna, de cimento. Só que, como fazer com o povo que mora na serra? Muitos trabalham na cidade. E as crianças, como vão à escola? E os trabalhadores dos sítios? E agora, às vésperas de um feriado. E os turistas que querem ir à Serra?Bom, é fácil. Nossos senhores letrados engenheiros sempre sabem tudo. Tacaram lixo de pedreira no rio, uns dez caminhões. Tudo resolvido! Os carros passam por sobre as pedras e só molham seus tornozelos de borracha. Mas, chove que chove.. e a enxurrada tacou as pedras rio abaixo. Tem problema, não.. Tacaram mais uns dez caminhões de pedras... E mais chuva... E mais pedras... E mais chuva... E mais pedras... Ai, ai, ai, entupiram o rio de lixo de pedreira que quase a pedreira desce para o rio.
Indiginados em ver o descaso com a natureza e os poços de banho serem entupidos de pedras, proprietários e moradores foram à justiça. E, justiça seja feita. Mandaram parar, retirar as pedras e ainda por cima limpar o rio. Ai, ai, ai. Desgraça pouca é bobagem. Agora ninquém sobe e ninquém desce. Só de jipão, e olhe lá, hem!
Matéria publicada em 28/10/2004 às 15:37:56.