Festa do Morro
Em 1927, Christovam José de Oliveira e sua família deram início a uma celebração em louvor da Santíssima Trindade e o local escolhido para adoração foi os picos dos Pireneus, ponto mais alto da Região. Pirenópolis, naquela época, era uma cidade pequena do interior de Goiás cuja população não devia ultrapassar 10 mil pessoas. A cidade fica aos pés de uma serra, a Serra dos Pireneus. Nome dado pela associação com os Pireneus da Europa. No ponto mais alto da serra existe uma formação que se destaca na paisagem: os picos dos Pireneus. São três os picos dos Pireneus. Pirenópolis deve seu nome a esta serra.
Esses três picos foram nomeados de Pai, Filho e Espírito Santo e a serra toda foi dedicada a Santíssima Trindade. Desde então, a família de Christovam José de Oliveira, que era proprietário da área, e seus descendentes vem realizando uma celebração religiosa aos pés desses picos, sempre no plenilúnio da lua de julho, em louvor à Santíssima Trindade dos Pireneus.
No mesmo ano de 1927 foi rezada uma missa pelo padre Santiago Uchôa. E em 1929, uma imagem foi instalada no alto do pico, numa capelinha de madeira e gravada na pedra a seguinte inscrição: "Pyreneus de Goyaz. Tú és pedra e sobre esta pedra ficará a imagem de quem te fez. 22-9-29". Em 1930, o bispo Dom Emmanuel Gomes de Oliveira consagrou o santuário e registrou-se na pedra, acima da outra inscrição: "Salve D. Emmanuel. 9-7-930".
De lá para cá, outras famílias foram aderindo à festa e aos poucos ela foi se consolidando na tradição. Hoje, a festa dura vários dias e os participantes acampam no local da festa. A cada ano é escolhido um festeiro e mordomos para a sua organização. Existe uma associação de romeiros que cuida de tudo. Celebram-se Novenas que são realizadas a partir de novembro, uma a cada mês, no dias de lua cheia; Romaria, que sai da cidade, na Igreja do Bonfim, carregando a imagem da Santíssima Trindade até a base dos Picos dos Pireneus, percorrendo mais de 20 km de caminhada; Tríduos; Missas; Rezas e cantorias.
A Festa do Morro não é apenas uma celebração à Santíssima Trindade, é também uma celebração à natureza, à lua e às estrelas. Ela expressa o tanto que a religiosidade está próxima das coisas da natureza, dos astros e de todo o universo. É um momento de oração, reflexão, contemplação e amizade. Hoje, o local da festa se encontra dentro de uma unidade de conservação da natureza, o Parque dos Pireneus.