Considerada a igreja colonial de capela mais bem ornada
A Igreja do Bonfim é a igreja mais original de Pirenópolis. Construída entre 1750 e 1754, por iniciativa do sargento-mor Antônio José de Campos, que em 1755 trouxe da Bahia, num comboio que contava com 260 escravos a imagem que está no retábulo-mor, Jesus crucificado em talha de madeira e tamanho natural.
Ainda no interior dessa igreja, temos mais dois altares dedicados a Santa Luzia e Santa Bárbara. O trabalho artístico é bem simples: somente o retábulo-mor e a capela que possuem algum requinte em sua talha e um pouco de douração, já bastante desgastada pelo tempo. Os outros dois são ornados com pinturas que imitam colunas com capitéis.
A configuração do espaço interno é semelhante às outras igrejas do período: com nave, capela, coro, duas torres, sacristia e consistórios laterais. Um elemento interessante que esta igreja ainda possui e o púlpito, que em muitas outras foi destruído após a não mais utilização deste recurso nas missas. Este servia para que o pároco desse um sermão na língua nativa, uma vez que as missas eram em latim, uma homilia e para a leitura do evangelho.
Ainda encontramos nesta igreja, uma imagem de roca do Senhor dos Passos, que é Jesus carregando a cruz. Existem quatro sinos, 2 destes sinos foram construídos em 1803 por Manoel Cotrim, fundidor de sinos famoso em Goiás. Um outro é de 1886 (a inscrição está meio apagada), de excelente sonoridade, premiado com selo do Imperador D. Pedro II. E outro, o mais velho, de 1756.
Seu sistema construtivo é em taipa-de-pilão, barro socado dentro de formas na própria parede, numa estrutura de madeira (tipo gaiola) que sustenta o telhado, composto por telhas de barro tipo coxa. O monumento foi tombado pelo IPHAN em 1988 e fica em cima de uma colina donde avista-se o centro histórico, vale do Rio das Almas e morros circundantes. Com destaque para um belo pôr do sol.
Igreja muito querida pela comunidade, é costume da população pedir a benção do Senhor do Bonfim antes de viagens, casamentos e do início de algumas manisfestações folclóricos-religiosas, como as Cavalhadas e a Folia do Divino. E ao retorno destas viagens ou manifestações também.
Até 2012, a igreja era usada para cultos esporádicos, casamentos e batizados, além de ser a única igreja do período cololnial aberta a visitação pública sem taxação turística. Em 2012, a igreja passou por um processo criterioso de restauração quando foram descobertas e restauradas as pinturas originais das paredes e forro da capela. Hoje, artisitcamente mais rica, a igreja é aberta a visitação de quarta a segunda, terça não, das 12h às 18h e cobra uma taxa de R$ 2,00 por pessoa. A igreja, apesar de ter sido reformada e restaurada com recursos públicos, é um edifício particular de propriedade da Diocese de Anápolis.