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Lupa

Festa do Divino Espírito Santo

Festa do Divino Espírito Santo é, sem sombra de dúvida, a maior manifestação popular de Pirenópolis. Esta intensa festa mescla variadas manifestações religiosas e profanas, de diversas origens e significados. Uma profusão de folclores tão rica que contagia tanto o leigo como o erudito, o profano e o religioso, servindo a todos em todas as suas formas e línguas. Assim é o Divino Espírito Santo.

Características

imagem
Época
Pentecostes (50 dias depois da páscoa).
Local
Na cidade - Igreja, casa do Imperador, pelas ruas, pelas casas, no teatro, na beira rio.
Na zona rural - pousos de folia.
Duração
Cerca de 23 dias.
Significado
Receber o Divino Espírito Santo e suas bençãos, assim como os apóstolos de cristo O receberam na festa de Pentecostes, distribuir esmolas e alimentos.

Origem e história

Altar do Divino com o Cetro, a Coroa e as Bandeiras
Altar do Divino com o Cetro, a Coroa e as Bandeiras

O culto ao Espírito Santo de épocas bastante remotas. Já na antiguidade, israelitas cultuavam o Espírito Santo nas festividades de Pentecostes. Esta devoção foi levada a Europa na baixa idade média e nos estado alemães tomou a forma de uma festa, onde o soberano fazia recolhia fundos para prover desamparados em épocas de penúria.

Esta festa foi instituída em Portugal pela Rainha Isabel de Portugal no século XIII. Acabou tomando a seguinte forma: Era coroado um rei menino que distribuía alimentos e soltava presos políticos. Era como uma espécie de profecia: Quando o Espírito Santo cair sobre todos, haverá um monarca bom e puro como um menino e a terra estará repleta de fartura e perdão.

Trazida ao Brasil pelos portugueses logo nos primórdios da colonização, teve em Pirenópolis o primeiro registro em 1819, promovida pelo Coronel Joaquim da Costa Teixeira, consagrado como Imperador do Divino. Ao Imperador cabe a responsabilidade de promover e cuidar para que tudo se realize com ordem, incentivando, angariando fundos e mobilizando a população nos afazeres da festa. O prestígio social e político do Imperador é tão grande que, naqueles tempos, possuía inquestionável autoridade, a ponto de libertar da cadeia presos políticos, o que realmente era feito.

Poucos anos após, mas precisamente em maio de 1826, o Festeiro, como também é chamado o Imperador, Padre Manuel Amâncio da Luz introduziu as Cavalhadas e mandou confeccionar uma coroa de pura prata, a Coroa do Divino, oferecendo-a à Igreja Matriz. Distribuiu, de casa em casa, pãezinhos e alfenins, docinhos feitos de açúcar puro chamados de Verônicas, à população, o que foi de bom grado, tanto que virou tradição e até hoje se distribui, além destes, salgadinhos e refrigerantes.

A cada ano, para cada festa, um novo Imperador é eleito, por sorteio. Segundo a tradição qualquer cidadão, sendo de qualquer idade ou classe social pode se candidatar à Imperador. Mas hoje, devido à interesses de auto promoção política e ao fato de boa parte da população não ser mais católica, o sorteio é restrigido aos irmãos da Irmandade do Santíssimo Sacramento. O sorteio é realizado na presença de todos no domingo, o Domingo do Divino.

O Imperador do Divino retrata, com toda sua simbologia, o Rei, a Rainha e a Côrte portuguesa, autenticados pela Coroa, pelo Cetro e pelas virgens vestidas de branco que os antecedem na Procissão do Divino, onde, na Procissão do Divino, com toda pompa, caminham pelas ruas da cidade, circundados por quatro varas sustentadas por quatro virgens, seguidos pela Banda de Música a frente da população.

O símbolo da Festa do Divino é a mandala de fogo com a pomba branca ao centro. A pomba significa o próprio Divino Espírito Santo (Mt. 3.16) e a mandala de fogo o momento que o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos, a Pentecostes (At 2,4.6). A cor da festa é a branca e a vermelha, a branca significa a paz, o altíssimo e a pomba que pousou sobre Jesus e a vermelha o sangue de Jesus, o Espírito Santo, as labaredas de fogo. É bom não confundir o vermelho dos mouros com o vermelho do Espírito Santo.

Principais manifestações

Cavaleiros da folia, os foliões, dancando o xá
Cavaleiros da folia, os foliões, dancando o xá
A Folia do Divino
Comissão religiosa que, em procissão, percorre diversas casas (Folia Urbana) ou fazendas (Folia Rural) carregando consigo as Bandeiras do Divino, oferecendo as Bênçãos de Divino, recolhendo esmolas e convocando o povo para a Festa.[Veja mais] e [Assista ao vídeo da Folia do Divino]
Novenas do Divino Espírito Santo
Missas, orquestra e coral, queima de fogos, tocata da Banda de Música Phoenix e da Banda de Couro, repique de sinos.
Apresentação de grupos folclóricos
Na casa do Imperador do Divino e pelas ruas da cidade - Congadas, catiras, Bandas Sinfônica, Banda de Couros etc.
[Assista a um vídeo da catira]
Entrega de Lanças
Os Cavaleiros das Cavalhadas entregam as suas lanças ao Imperador do Divino aos finais do ensaio.
As Pastorinhas
Encenação de auto natalino conhecida nacionalmente como O Pastoril. [Conheça mais...]
Mascarados
Personagens populares típicos das Cavalhadas que saem às ruas fantasiados e mascarados (a cavalo e a pé). Segundo a tradição local, eram os escravos e agregados que para participarem da festa saiam de mascaras para não serem reconhecidos
Levantamento do Mastro
Grupo de senhores da Irmandade levantam com varas um mastro de cerca de quinze metros com a bandeira do Divino.
Queima de Fogos
Fogos de artifício, girândolas, roqueiras etc. Cerca de vinte minutos de queima. É tradição dizer que o melhor festeiro é aquele que mais tempo faz de foquetório.
Cortejo Imperial
Deslocamento pomposo do Imperador à missa ostentando a Coroa e o Cetro Imperial, acompanhado por seus familiares, pelas Virgens, banda sinfônica e populares.
Missa de Pentecostes
Solene missa com execução de peças musicais românticas do século XIX pelo Coral de Nossa Senhora do Rosário e sorteio do novo Imperador (festeiro) do próximo ano.
Cavalhadas
Representação dramática da luta entre mouros e cristãos. Duram três dias. É um dos momentos fortes da Festa. [Veja mais...].
Reinado de Nossa Senhora do Rosário
Consagração do Rei e da Rainha de Nossa Senhora do Rosário. Com missa, banda de música, cortejo e farta distribuição de doces e salgados.
Juizado de São Benedito
Consagração dos Juízes de São Benedito. Com missa, banda de música, cortejo e farta distribuição de doces e salgados.
Feira de Camelôs
Centenas de barracas onde se compra de quase tudo. Apesar de não ser típicamente folclórico, a feira é momento esperado pela população de Pirenópolis
Ranchões de forró
Mulheres não pagam. E não podia deixar de ser, o forró come solto nos ranchões (salões de baile).

Referências externas

elemento decorativo